Pacientes com obesidade, antes de passarem por qualquer tipo de procedimento, são submetidos a uma série de consultas com profissionais de diversas áreas. O objetivo desse atendimento multidisciplinar é definir qual é a solução ideal para o problema daquela pessoa.
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Já falei por aqui de alguns fatores que são considerados para encontrarmos o melhor tratamento para o paciente: índice de massa corporal (IMC), existência de doenças associadas à obesidade, condição cardiopulmonar. Mas a obesidade vai muito além disso.
A obesidade é uma doença complexa e de origem multifatorial. Por isso, para tratá-la de maneira mais eficaz e holística, é preciso levar em conta o contexto ambiental, social e genético de cada paciente. Além da orientação médica, são recomendados a orientação nutricional, o acompanhamento psicológico e a assessoria de um educador físico.
Apoio nutricional
A etapa mais importante para o paciente alcançar suas metas de emagrecimento antes, durante e depois do tratamento da obesidade é o acompanhamento nutricional após o procedimento.
A alimentação é a chave para sucesso do tratamento. Por isso, é fundamental que haja um profissional da Nutrição desenvolva uma dieta que se adeque ao momento de vida do paciente. Sempre falei para os meus pacientes que o trabalho do nutricionista é basilar para o combate à obesidade. O acompanhamento nutricional é a sustentação e o carinho que os pacientes precisam na sua jornada rumo a uma vida mais saudável e equilibrada.
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As primeiras semanas, logo após o procedimento, seja ele qual for, exigem um cuidado especial. O estômago do paciente ainda estará se adaptando à operação, e é imprescindível que a dieta acompanhe esse processo.
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Normalmente, a dieta no pós-procedimento é dividida em quatro etapas:
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Apoio psicológico
Hoje marca o fim do mês da conscientização e prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo. Então, antes de falarmos do acompanhamento psicológico propriamente dito, achei importante explorar a discussão sobre a relação entre a obesidade e a saúde emocional das pessoas com excesso de peso.
Obesidade e saúde emocional
Eu falo bastante sobre as doenças associadas à obesidade, como diabetes tipo 2 e hipertensão, e não tanto sobre como a obesidade pode levar a quadros graves de doenças psiquiátricas.
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A prática clínica e evidências científicas indicam que pessoas que procuram perder peso têm mais tendência a passarem por sofrimento emocional. Em outras palavras: estar acima do peso causa prejuízos à qualidade de vida
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O início de um quadro psiquiátrico pode gerar aumento de peso, seja pela prescrição de medicamentos, seja por mudanças de hábito, como negligenciar exercício físico e/ou a alimentação. O inverso também acontece: aumento de peso pode influenciar o comprometimento da saúde mental.
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Como cirurgião bariátrico, entendo que a obesidade não é apenas uma questão de saúde mental. Fatores genéticos e do ambiente também têm um grande papel no desenvolvimento da doença. No entanto, médicos devem sempre estar atentos para a saúde do paciente de forma integral.
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Por isso, é imprescindível que todos os tratamentos de obesidade contemplem o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, na qual o atendimento psicológico está previsto.
Acompanhamento psicológico ou psiquiátrico
Com essa introdução, agora podemos falar da importância do acompanhamento psicológico ao longo do tratamento de obesidade.
A obesidade é frequentemente a causa de diversas condições psiquiátricas em pessoas acima do peso. Embora o ganho de peso também possa ser consequência de doenças mentais previamente diagnosticadas, depressão, ansiedade e transtornos de compulsão alimentar podem interferir no tratamento adequado da obesidade e na perda de peso.
Por isso, é essencial a presença de um profissional da Psicologia ou Psiquiatria que saiba avaliar essas condições e tratá-las em paralelo aos procedimentos de combate à obesidade.
A depressão, assim como a obesidade, pode ser considerada uma epidemia global. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 121 milhões de pessoas sofrem da doença. E estudos da organização ainda indicam que, em 2030, a depressão será a principal causa de incapacitação, à frente inclusive de doenças cardiovasculares.
Apoio do educador físico
A profissão dos educadores físicos também é um dos pilares dos tratamentos de obesidade bem-sucedidos. O exercício físico, aliado a uma alimentação balanceada, é uma das formas mais eficazes de emagrecer com saúde e investir na sua qualidade de vida.
Bônus: Apoio familiar
Qual o papel da família no tratamento da obesidade?
O envolvimento familiar no tratamento da obesidade é fundamental. O procedimento traz mudanças não só à vida do paciente, mas a todo o seu ambiente familiar.
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A fase de preparo para a operação faz toda a diferença no resultado do tratamento, pois é quando o paciente reconhece a necessidade de transformação nos hábitos de vida. É importante que a família se envolva nesse processo para que o paciente se sinta acolhido na sua jornada rumo à mudança.
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Já a fase de recuperação demanda diversos cuidados que também envolvem a família. Seja no preparo da alimentação e no retorno às atividades do dia a dia, seja no apoio emocional ao ente querido, nada é mais satisfatório do que transformar a sua saúde na companhia da família.
Se tiver alguma dúvida sobre tratamento da obesidade ou estiver interessado(a) em investir na sua saúde, entre em contato comigo: contato@drdallegrave.com.br